A marca das Olimpíadas 2016 – Rio de Janeiro
A marca oficial dos Jogos Olímpicos de 2016 foi lançada oficialmente nesta sexta-feira, dia 31 de dezembro, na praia de Copacaba, pelo Comitê Organizador Rio 2016. Cerca de dois milhões de pessoas estiveram presentes na inauguração interativa da marca, que dá a ideia de três pessoas, com as cores da bandeira nacional, se abraçando e formando o Pão de Açúcar. A logomarca, escolhida em agosto, era mantida em sigilo. O mistério acabou por volta das 22h.
Logo após a projeção da logomarca, centenas de bolsas com o símbolo da Rio 2016 foram distribuídas. Daniela Mercury e o ator Eri Johnson atuaram como mestres de cerimônia do evento. Ao lado deles, atletas.
Ao mesmo tempo em que o novo símbolo era exibido em cinco telões entre o Leme e o Posto 6, pelo menos três bandeiras gigantes foram abertas em vários pontos na areia, com auxílio do público, expondo o desenho.
- A marca dos Jogos Rio 2016 transmite paixão e transformação. A paixão de todos nós cariocas e brasileiros pelo esporte e pela celebração. E a transformação que os Jogos já estão trazendo para o Rio e para o Brasil – afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador Rio 2016, destacando que a marca foi concebida como uma escultura, permitindo a sua aplicação também em três dimensões (3D).
A criação coube à agência de design carioca Tátil, selecionada entre oito finalistas, depois de um processo de cinco meses, que contou, em seu início, com a participação de 139 agências.
Criador do logo da Olimpíada 2016 queria uma “marca-escultura” para uma “cidade escultura”
Para criar a marca que será amplamente utilizada no Brasil e no exterior para fazer referência aos Jogos Olímpicos de 2016 o designer Fred Gelli afirmou que queria criar uma “marca-escultura” para uma “cidade-escultura”. Para isso, ele fez questão de criar um logo que representasse de forma harmônica as principais menções ao universo carioca: a natureza, o sol, o mar e o calor do povo.
- A gente vive dentro de uma cidade-escultura, nada mais lógico que uma marca-escultura para uma cidade-escultura.
Uma das formas de fazer essa conexão foi criar uma estrutura literalmente tridimensional, o que dá uma gama de possibilidades para se trabalhar o símbolo das maneiras mais diversas.
Segundo Fred, dessa forma, foi possível criar uma marca essencialmente humana, por que mostra a emoção e o acolhimento do Rio de Janeiro.
- O logotipo tem um pouco da nossa informalidade. Por ser tridimensional, as pessoas poderão entrar na marca, viver uma experiência única, como nunca se fez antes.
Entre todas as leituras que podem ser realizadas, há a leitura da palavra Rio, o verde da mata, o amarelo do sol, o azul do mar, a harmonia entre as pessoas (representando a receptividade do carioca), e de maneira mais sutil, a expressão do Pão de Açúcar.
- Essa marca fala de encontros. As cores falam do verde da floresta com o azul do mar. O amarelo, além do sol, tem uma segunda leitura, o calor humano, assim como o azul também pode ser leveza e o verde a nossa confiança no futuro.
Fred Gelli, sócio e diretor da agência Tátil, que ganhou a concorrência entre 139 no concurso que teve oito finalistas, falou que o resultado foi conhecido em 1º de setembro, mas ele não poderia comentar com ninguém. ”A nossa marca foi escolhida nesta data e enviada ao COI (Comitê Olímpico Internacional) em 8 de outubro. A aprovação formal foi no dia 17 de novembro. Era preciso fazer ajustes. Só contei para a minha avó. É sonho de qualquer agência e designer. Marca vista por todo o planeta. É o maior desafio de um profissional”.
Nota do Guia: Fica aqui os parabéns a Fred Gelli e toda a equipe da Tátil Design. É uma marca inovadora, bem desenhada, e que explora conceitos e as possibilidades das mídias que irão impactá-la em todo o mundo. Que a marca sirva de inspiração para jogos inesquecíveis e uma transformação plena, em todos os sentidos, para esta cidade maravilhosa!
UPDATE (01.01.2011):
Para aqueles que tem debatido, nos mais diferentes meios de comunicação, a respeito das fontes de ’inspiração’ da marca, acusando-a de plágio, peço a licença para publicar uma opinião de respeito sobre o assunto, de um profissional, pesquisador, professor e ex-diretor da ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial) a quem muito admiro e respeito: Gabriel do Patrocínio (ver: http://www.politicasdedesign.com e http://www.designpolicies.com).
Diz Gabriel:
“Resolvi transcrever aqui algumas observações rápidas sobre plágio, a propósito das acusações surgidas hoje (1.1.11) na internet sobre o logo desenvolvido pela tátil para as olimpíadas do rio de janeiro em 29016:
Aqui uma das “pérolas” da internet: http://twitpic.com/3ltxbh
Acho que alguém precisa ser bastante didático e explicar o que é “plágio”, porque parece que essas pessoas não tem a menor idéia do significado dessa palavra, e acham que descobriram a roda por terem localizado outra marca que usa como referência os “dancers” de matisse, e outras tantas imagens com pessoas de mãos dadas…
Definindo (wikipedia): “o plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. no acto de plágio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.”
usar referências semelhantes para chegar a resultados diferentes não é, nem nunca foi plágio.
isso aqui sim é plágio:
http://www.mwitarsa.hpg.com.br/fraude_bras.gif
http://www.telluridefoundation.org/
fonte:
http://michelwitarsa.blogspot.com/2004/02/nesse-mundo-nada-se-cria-tudo-se-copia.html
e não se pode alegar, nesse caso, que houve inspiração ou uso da mesma referência… foi crime intelectual mesmo!”
Concordo com Gabriel: a marca desenvolvida pela Tátil deve encher de orgulho os brasileiros, e especialmente os cariocas! Uma marca que transpira esporte e brasilidade, é orgânica e realmente, humana. E que representa com propriedade o desafio inicial: paixão e transformação. Carregada de significados e leituras diversas, semióticamente falando é de uma riqueza que dá alegria ver que temos profissionais deste calibre.
Leia mais sobre o projeto aqui: http://tatil.psilva.com.br/projetos/paixao-e-transformacao/
e http://vimeo.com/1833148518331485
Veja o vídeo de lançamento aqui:
ou aqui: http://www.youtube.com/user/rio2016video
o depoimento do fred gelli sobre o assunto:
http://www.lancenet.com.br/olimpiada/Criador-Rio-esperava-comparacao_0_400759967.html
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